quinta-feira, novembro 30, 2006

Dança das Borboletas








Dança das Borboletas
0,50 x 0,50 (x3)
Óleo em tela
2003

Esta trilogia na verdade é 3 + 1, mas falta um que não chegou a ser fotografado.

Os quatro juntos fazem um. São uno e quatro individualidades ao mesmo tempo.


"...As borboletas estão voando
A dança louca das borboletas
Quem vai girar não quer dançar
só quer voar, avoar
Quem vai voar não quer dançar
só quer voar, avoar

E as borboletas estão girando
Estão virando a sua cabeça
Quem vai girar não quer dançar
só quer girar, não caia!
Quem vai girar não quer cair
só quer girar, não caia!

And the butterflies are invading
the apartments, theatres and bars
Sewers and rivers, lakes and seas
turn around, turn around, turn around
Destroying windows and glass doors
Escalators and in the chimneys
They sit and lie in the smoke
In a rainbow, knows what it is

Se sabe o que é... Se sabe o que é...
Se sabe o que é... Se sabe o que é...

E as borboletas estão invadindo
os apartamentos, cinemas e bares
Esgotos e rios e lagos e mares
Em um rodopio de arrepiar
Derrubam janelas e portas de vidro
Escadas rolantes e nas chaminés
Se sentam e pousam em meio à fumaça
De um arco-íris, se sabe o que é

Se sabe o que é... Se sabe o que é...
Se sabe o que é... Se sabe o que é...

Se sabe o que é... Se sabe o que é...
Se sabe o que é... Se sabe o que é...

Se sabe o que é... Se sabe o que é...
Se sabe o que é... Se sabe o que é...
..."
De Alceu Valença e Zé Ramalho
A Dança das Borboletas

Beijos de Luz

segunda-feira, novembro 27, 2006

Transmutação



Transmutação
0,53 x 0,74
Óleo em Tela
2004

Um dos principais representantes do Surrealismo Português faleceu.
Portugal fica mais pobre.
O Tempo e a vida não perdoa.

"MÁRIO CESARINY DE VASCONCELOS nasceu no dia 9 de Agosto de 1923 em Lisboa. Freqüentou a Escola de Artes Decorativas António Arroio e estudou música com o compositor Fernando Lopes Graça.
Considerado o mais importante representante poeta português da escola Surrealista, encontra-se em 1947 com André Breton, fato determinante no desenvolvimento de seu trabalho literário. Ainda nesse ano participa, junto com Alexandre O'Neill, António Pedro, etc, do Grupo Surrealista de Lisboa. Algum tempo depois, por não concordar com a linha ideológica do grupo, afasta-se de maneira polémica e funda o "Grupo Surrealista Dissidente".
Principal representante do Surrealismo português, Mário Cesariny, no início de sua produção literária, mostra-se influenciado por Cesário Verde e pelo Futurismo de Álvaro de Campos, heterónimo de Fernando Pessoa. Ao integrar-se ao Grupo Surrealista, muda o seu estilo, trazendo para sua obra o "absurdo", o "insólito" e o "o inverosímil".
Além de poeta, romancista, ensaísta e dramaturgo, também se dedicou às artes plásticas, sobretudo à pintura."


Deixo-vos com um poema de Cesariny, em jeito de homenagem.

"Em todas as ruas te encontro

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco

Mário Cesariny"

Beijos a quem é de beijos, abraços a quem é de abraços

sábado, novembro 25, 2006

Rumo ao Eterno



"Rumo ao Eterno"
0,50 x 0,50
Óleo em Tela


Será que há vida depois da vida?
Existe a alma?
Ou seremos simplesmente um computador orgânico em que depois do corpo morrer tudo desaparece?
Quando referimos "o meu corpo" o que queremos dizer?
Quem possui o corpo?
A alma?
O espírito?
Algo desconhecido que ultrapassa o o nosso limite da compreensão?
Isto será apenas um passo na caminhada rumo ao eterno?
Quem somos nós?
Qual o propósito da vida?
E do Universo?

Algumas (poucas) perguntas que podemos colocar a nós próprios.
E quem sabe as respostas?

Beijos a quem é de beijos, abraços a quem é de abraços
Quem somos nós?

domingo, novembro 19, 2006

Terra Mítica (3º lugar em Concurso Internacional)



Terra Mítica
Óleo sobre Tela
1,00 x 0,65

Hoje repito este quadro por uma simples razão.
Enviei o "Terra Mítica" para o Concurso Internacional "Compositor ANTONIO GUALDA" de Artes Plásticas 2006 " e recebi por email a informação que fui seleccionada.
Agora fui informada que fiquei em terceiro lugar no concurso.
Recebi a informação que participaram pintores de 43 países.
Não sei quantos quadros são.
Em primeiro lugar ficou uma norte americana.

Há dois anos fui seleccionada com outro pintor português, que por acaso conheço para o Concurso Internacional de Artes Plásticas "Valentin Ruiz Aznar", também em Espanha.
Nesse ano fiquei em segundo lugar.


O meu terceiro lugar é bom.
Mas, se Deus quiser, há-de chegar o dia em que vencerei um.
Seja neste concurso ou noutro qualquer.


Beijos do Monte da Lua

sábado, novembro 18, 2006

Pelos caminhos de Neptuno



Pelos Caminhos de Neptuno
0,54 x 0,73
2003
Óleo em Tela
(Nota: as linhas rectas neste quadro estão direitas e simétricas. A foto por vezes dá este efeito torto e irregular às linhas rectas. Já não é a primeira vez que me apercebo disso)

Hoje estive a observar e a fazer uma média.
Tenho uma média de 70/80 visitas por quadro, mas os comentários são muito poucos comparados com as visitas.
Façam um esforço e comentem um pouco mais.
Digam de sua justiça, com criticas construtivas, algo sobre o meu trabalho.
O que acham sobre ele.
O que eu deveria e/ou poderia fazer.
Que tipo de pintura, que tipo de linha de pintura eu deveria seguir mais.
A paleta de cores é a melhor ou não.
Etc, etc.
O que pinto. O que deveria pintar.
Se em grande formato. Se em pequeno formato.
Elucidem-me sobre os vossos gostos para também conhecer um pouco mais de quem está do outro lado a observar o que fiz e faço.
É para isso que criei o blog.

Beijos e abraços

quarta-feira, novembro 15, 2006

Misterium



Misterium
0,54 x 0,73
Óleo em Tela
2002

Vamos lá a ver se vos mostro de vez esta fase das Borboletas e Mariposas antes que todos se chateiem e deixem de visitar o blog desta vossa amiga.
Ainda falta alguns.

***

"...O Primeiro Pensamento de Deus foi um Anjo
de "Kahlil Gibran "

O primeiro pensamento de Deus foi um anjo.
A primeira palavra de Deus foi um homem.

Éramos criaturas esvoaçantes,
errantes e desejosas de milhares de anos
antes que o mar e o vento da floresta
nos arrebatassem a palavra.

Hoje como poderemos exprimir
aquilo que em nós é imemorial,
unicamente com os ruídos do nosso passado?

A Esfinge só falou uma vez e disse:
"Um grão de areia é um deserto
e um deserto é um grão de areia,
e agora calemo-nos outra vez."

Eu ouvi a esfinge mas não a entendi.

Uma vez vi o rosto de uma mulher
e senti todos os seus filhos que ainda não tinham nascido
E uma mulher olhou para mim
e aí reconheceu todos os meus antepassados
mortos antes de ela ter nascido..."

Gibran Khalil (1883-1931) - Gibran Khalil Gibran (6 de dezembro de 1883, Becharré, Líbano - 10 de abril de 1931, Nova Iorque) foi um ensaísta, filósofo, prosador, poeta, conferencista e pintor norte-americano de origem libanesa. Khalil Gibran produziu uma obra literária marcada pelo misticismo oriental, que alcançou popularidade em todo o mundo. A obra literária de Gibran, acentuadamente romântica e influenciada pela Bíblia, Nietzsche e William Blake, trata de temas como o amor, a amizade, a morte e a natureza, entre outros. Escrita em inglês e árabe, expressa as inclinações religiosas e mística do autor. Sua obra mais conhecida foi Asas Partidas, que fala da primeira história de amor dele. Seu nome completo é Gibran Khalil Gibran, assim assinando em árabe. Em inglês, preferiu a forma reduzida e ligeiramente modificada de Khalil Gibran. Todos seus livros foram traduzidos para português por Mansour Challita.

*****

Beijos etéreos
Ana

domingo, novembro 12, 2006

Olhar Nostálgico



Olhar Nostálgico
1,00 x 1,00
2002
Óleo em Tela

Hoja trago-vos mais um quadro a representar a Alma através dos Portais do Tempo.

Podem achar que pinto muitas borboletas.
Isso tem uma explicação.
Em 2002 fiz uma colecção sobre a Representação da Alma.
Nessa colecção representei a Alma através de vários tipos de borboletas.
A maioria das pessoas gostaram, outras não. Mas não podemos agradar a gregos e troianos.
O que interessa é que os quadros tiveram "saída".
Também recebi encomendas para fazer outros, como o que apresentei no post anterior.
No ano seguinte fiz outra colecção sobre o nascimento. Representei o bebé com asas de borboleta (mais uma vez a alma).
Quando refiro ano, quero dizer exposição individual.
Nas colectivas apresentei outro tipo de quadros.
Mas para as colectivas, muitas vezes convidam-me e levo quadros (também) novos.
O que acontece é que muitas vezes não os fotografo e depois não fico com as fotos deles, infelizmente.
Já me aconteceu em encomendas, o mesmo.
Encomendam-me um quadro. Eu faço-o e depois não fico com fotografia dele.
Porquê?
Porque é mais fácil ir ao estúdio e levar 20 ou 30 quadros do que só um ou dois.
E assim tenho muitos quadros por aí, alguns que eu gostava imenso, outros nem tanto, que só irei vê-los outra vez caso essas pessoas se cruzem na minha vida.
Outros de certeza que não os verei mais porque foram para o estrangeiro.
Espero que tenham compreendido e não pensem que só "retrato" borboletas.
Mas que as adoro, isso é verdade.

P.S.: Soube hoje que inaugurou o maior borboletário da Europa na Estufa Fria.
Tenho de ir ver.
Só vi um até hoje nas Ilhas Canárias e era maravilhoso.
Estava rodeada por milhares de borboletas lindas, lindas.

Beijos de mariposa.

sexta-feira, novembro 10, 2006

Nostalgia



Nostalgia
2003
1,30 x 0,65
Óleo em Tela

E terminou mais uma exposição de pintura.
Fui hoje buscar os quadros à galeria.
Receptividade em relação à minha pintura, houve muita.
Bastantes mensagens de parabéns no Livro de Visitas da Galeria.
Quanto a vendas (que no fundo é bastante importante), pela segunda vez em exposições individuais, não vendi nada.
Todos sabemos que a vida está dificil e a pintura, ou a arte em geral, fica para segundo plano, mas sabe sempre bem vender, porque vemos o nosso árduo trabalho de meses recompensado.
Não foi esse o caso.
Até tinha baixado bastante os preços para estarem mais acessiveis a todas as bolsas, à excepção de um ou outro quadro.
Mas é seguir em frente de cabeça erguida e aguardar por melhores dias.

Já estou a organizar uma exposição para esta época festiva que se adivinha, num Restaurante no Concelho de Sintra, pertencente a uma pessoa amiga.
Esse Restaurante, além de se comer muito bem (à base de Peixe), abriu recentemente e vai partir com o conceito de realizar exposições de pintura.
Em princípio.
Caso a minha exposição resulte favorável para ambos.

Darei notícias muito em breve sobre isso.

Quanto à exposição que ontem findou, o meu muito obrigada a todos e todas que a visitaram.
Quem não teve essa possibilidade e gostaria, mais virão no futuro.

Nota: Caso pretendam que vos adicione ao meu mailing list podem sempre enviar a morada para ana.garrett@sapo.pt e receberão a tempo e horas os meus convites, aquando das exposições individuais e/ou colectivas.

Beijos de carinho para todos vós.

quarta-feira, novembro 08, 2006

Metamorfoses



Metamorfoses
1,00 x 1,00
Óleo em Tela
2001


"...Numa manhã, ao despertar de sonhos inquietantes, Gregório Samsa deu por si na cama transformado num gigantesco insecto. Estava deitado sobre o dorso, tão duro que parecia revestido de metal, e, ao levantar um pouco a cabeça, divisou o arredondado ventre castanho dividido em duros segmentos arqueados, sobre o qual a colcha dificilmente mantinha a posição e estava a ponto de escorregar. Comparadas com o resto do corpo, as inúmeras pernas, que eram miseravelmente finas, agitavam-se desesperadamente diante de seus olhos.

Que me aconteceu ? - pensou. Não era nenhum sonho. O quarto, um vulgar quarto humano, apenas bastante acanhado, ali estava, como de costume, entre as quatro paredes que lhe eram familiares. Por cima da mesa, onde estava deitado, desembrulhada e em completa desordem, uma série de amostras de roupas: Samsa era caixeiro-viajante, estava pendurada a fotografia que recentemente recortara de uma revista ilustrada e colocara numa bonita moldura dourada.

Mostrava uma senhora, de chapéu e estola de peles, rigidamente sentada, a estender ao espectador um enorme regalo de peles, onde o antebraço sumia!

Gregório desviou então a vista para a janela e deu com o céu nublado - ouviam-se os pingos de chuva a baterem na calha da janela e isso o fez sentir-se bastante melancólico. Não seria melhor dormir um pouco e esquecer todo este delírio? - cogitou. Mas era impossível, estava habituado a dormir para o lado direito e, na presente situação, não podia virar-se. Por mais que se esforçasse por inclinar o corpo para a direita, tornava sempre a rebolar, ficando de costas. Tentou, pelo menos, cem vezes, fechando os olhos, para evitar ver as pernas a debaterem-se, e só desistiu quando começou a sentir no flanco uma ligeira dor entorpecida que nunca antes experimentara...."

Excerto de A Metamorfose de Kafka

Beijos a quem é de beijos, abraços a quem é de abraços

segunda-feira, novembro 06, 2006

Passageiro do Vento



Passageiro do Vento
2001
Óleo em Tela
1,00 x 0,45

"...Passageiro do Vento
ergue o seu conjuro
de extático silêncio

Tempera com amor quente
o Ser que na eternidade vibra
Desnudo e revelado

Tensa é a noite
Onde Deus acende a sua chama..."

***************

"A vida é uma comédia para aqueles que pensam e uma tragédia para aqueles que sentem"
Horace Walpole


Vivam a beleza da comédia da vida
Como passageiros do vento que são.
Nunca o esqueçam.
Passamos por este mundo como um sopro de vento, uma pequena brisa.



Beijos a quem é de beijos, abraços a quem é de abraços

sexta-feira, novembro 03, 2006

No país das maravilhas



No País das Maravilhas
2002
Óleo e Lã sobre tela
0,53 x 0,73


"...Podia-me dizer por favor, qual é o caminho para sair daqui? - Perguntou Alice.
- Isso depende muito do lugar para onde você quer ir. - disse o Gato.
- Não me importa muito onde... - disse Alice.
- Nesse caso não importa por onde você vá. - Disse o Gato.
- ...contanto que eu chegue a algum lugar. - acrescentou Alice como explicação.
- É claro que isso acontecerá. - Disse o Gato - desde que você ande durante algum tempo..."

Excerto da conversa entre Alice e o gato em "Alice no País das Maravilhas" de Lewis Carroll

Tem de haver sempre um objectivo.
Qual será o objectivo deste "País das Maravilhas" à beira-mar plantado?
Por este andar...


Beijos a quem é de beijos, abraços a quem é de abraços

P.S.: Atenção aos interessados. A exposição na ArteGaleria, em Lisboa, manter-se-á até dia 9 de Novembro.